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Juros ficam mais caros na maioria das operações bancárias

Publicada em: 11/04/2025 06:24 - Notícias

Levantamento da Fundação Ipead mostrou que 10 das 14 transações de crédito e financiamento para pessoas físicas apresentaram elevação em março na comparação com o mês anterior

 

Os juros ficaram mais caros em 10 das 14 operações bancárias de crédito e financiamento para pessoa física em março em relação ao mês anterior, em Belo Horizonte, segundo levantamento divulgado na quinta-feira (10pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Fundação Ipead).

A pesquisa sobre a evolução das taxas de juros mensais praticadas pelo sistema bancário mostrou que três operações apresentaram diminuição e uma apresentou estabilidade no terceiro mês de 2025.
Entre as operações às pessoas físicas que apresentaram as maiores altas nas taxas de juros médias, o destaque foi a construção civil imóveis na planta, com incremento de 26,23%. A taxa média em março foi de 0,77%. A menor taxa encontrada foi de 0,19% e a maior, 0,83%.

Em seguida está o setor de automóveis (montadoras), com elevação de 14,77%, e financiamento imobiliário com taxa de mercado, com expansão de 10,59%.

A maior queda nas operações para pessoa física ocorreu em construção civil, imóveis construídos, com recuo de 34,44% em março frente ao mês anterior. E os juros do cartão de crédito rotativo registraram queda de 5,18%, com taxa média de 13,37% no mês. A menor taxa encontrada foi de 6,35% e a maior, 16,89%.

Já as taxas cobradas pelos bancos nas operações com pessoas jurídicas, todas as quatro apresentaram elevação em relação ao mês anterior. O maior aumento ocorreu nas operações de capital de giro, com alta de 21,59%.

Quanto às taxas de juros de operações de captação, ou seja, os juros pagos pelos bancos aos clientes por suas aplicações, cinco das oito apresentaram queda.

Reflexo da Selic

O economista da Fundação Ipead, Diogo Santos, explica que a alta na maioria das operações bancárias de crédito e financiamento para pessoa física em Belo Horizonte tem relação com o aumento da taxa Selic, já que ela reflete basicamente o custo de captação dos bancos. “Logo quando ela sobe, os bancos tendem a repassar para as taxas de juros dos empréstimos e financiamentos”, diz.

E foi justamente no dia 19 de março deste ano que o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), aumentou a taxa Selic, os juros básicos da economia, em 1 ponto percentual, para 14,25% ao ano.Foi a quinta alta seguida da Selic. 

A taxa está no maior nível desde outubro de 2016, quando também estava em 14,25% ao ano. A alta consolida um ciclo de contração na política monetária. Após chegar a 10,5% ao ano de junho a agosto do ano passado, a taxa começou a ser elevada em setembro de 2024, com uma alta de 0,25 ponto, uma de 0,5 ponto e duas de 1 ponto percentual.

O Copom indicou que deve elevar os juros novamente em maio, embora com uma alta inferior a 1 ponto percentual.

A Selic é o principal instrumento do Banco Central para manter sob controle a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

Até dezembro próximo, a estimativa do mercado financeiro, conforme o último Boletim Focus, é que a taxa básica suba para 15% ao ano. Para 2026, 2027 e 2028, a previsão é que ela seja reduzida para 12,5% ao ano, 10,5% ao ano e 10% ao ano, respectivamente.

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