Segundo especialistas, o check-up funciona como uma revisão geral do organismo
Com a rotina cada vez mais corrida, cuidar da própria saúde costuma ficar em segundo plano. No entanto, realizar um check-up médico anual é uma das formas mais eficazes de prevenir doenças graves e manter o bem-estar a longo prazo. Mesmo sem apresentar sintomas, o corpo pode dar sinais sutis de que algo não vai bem – e uma avaliação médica completa é essencial para detectar essas alterações precoces.
Segundo especialistas, o check-up funciona como uma revisão geral do organismo. O principal objetivo é identificar doenças ainda em fase inicial, especialmente aquelas que figuram entre as principais causas de morte no mundo, como doenças cardiovasculares e câncer. Problemas como hipertensão, diabetes e colesterol alto podem evoluir de forma silenciosa, reforçando a importância de exames clínicos, laboratoriais e de imagem para uma análise completa da saúde.
“O check-up não é só uma consulta. Ele inclui exames complementares, e o ideal é que o paciente não esteja com doenças agudas, como gripe ou infecções, ao realizá-lo”, alerta a cardiologista Juliana Tranjan de Oliveira Coragem, referência técnica do check-up executivo do Hospital Israelita Albert Einstein em Goiânia.
Quem deve fazer e quais exames são recomendados?
A recomendação é que homens e mulheres de todas as idades realizem check-ups periódicos. Entre os exames mais comuns solicitados estão:
- Hemograma completo
- Glicemia
- Perfil lipídico (colesterol)
- Avaliação da função renal e hepática
- Exame de urina
- Eletrocardiograma
- Aferição da pressão arterial
- Avaliação do IMC (Índice de Massa Corporal)
- Exames oftalmológicos, dermatológicos e odontológicos
Em casos específicos, o médico pode incluir avaliações hormonais, bioimpedância, colonoscopia e até exames auditivos (fonoaudiologia), dependendo da idade e histórico do paciente.
Diferenças entre homens e mulheres
As necessidades variam conforme o gênero, idade e histórico familiar. Para mulheres, exames como Papanicolau (a partir dos 25 anos ou do início da vida sexual), mamografia (a partir dos 40e ultrassom transvaginal são fundamentais para prevenção de doenças ginecológicas e câncer de mama. Já os homens devem incluir no check-up a avaliação da próstata, com exame de toque retal e dosagem do PSA, especialmente a partir dos 45 anos.
Também é recomendada a avaliação com cardiologistas, inclusive para jovens que praticam atividades físicas regularmente.
Sintomas que não devem ser ignorados
Apesar da recomendação do check-up anual, alguns sintomas exigem atenção imediata:
- Perda de peso sem motivo
- Cansaço excessivo
- Dores persistentes
- Alterações intestinais ou urinárias
- Nódulos ou sangramentos incomuns
- Mudanças em sinais ou pintas da pele
“Prevenir é sempre mais eficaz e menos custoso do que tratar”, destaca Fábio Freire José, clínico geral e diretor da Sociedade Brasileira de Clínica Médica (SBCM).
Como se preparar para o check-up
Antes da consulta, algumas atitudes são fundamentais:
- Reúna informações do seu histórico médico, incluindo medicamentos em uso e doenças anteriores.
- Leve exames anteriores, que ajudam o médico a identificar padrões e acompanhar a evolução da saúde.
- Liste sintomas recentes, mesmo que pareçam insignificantes, e anote sua frequência e intensidade.
- Fale sobre seu estilo de vida: alimentação, sono, estresse, atividade física, uso de álcool e tabaco, além de aspectos como saúde sexual, ambiente de trabalho e histórico familiar.
Essas informações ajudam o médico a montar um panorama completo e a personalizar as orientações.
Qual a frequência ideal?
A periodicidade do check-up pode variar conforme o perfil do paciente:
- Adultos acima de 40 anos: geralmente é indicado um check-up anual.
- Adultos jovens e saudáveis: podem fazer a cada dois ou três anos, desde que sem fatores de risco relevantes.
Mais do que um protocolo de exames, o check-up deve ser encarado como um momento de reflexão sobre a própria saúde e uma oportunidade para adotar hábitos mais saudáveis. Afinal, cuidar da saúde deve ser um compromisso contínuo – e não uma medida de emergência.
*Com Agência Einstein / Itatiaia