Jogadora de 13 anos foi vítima de insultos durante partida do campeonato de handebol em Campestre, no Sudoeste do estado
Um caso de injúria racial causou revolta entre o público que assistia a uma partida de handebol em Campestre, no Sudoeste mineiro, cidade vizinha a Poços de Caldas. O caso aconteceu no decorrer de um jogo entre o time local e o de Poços de Caldas, nessa quinta-feira (19/6), primeiro dia da etapa zonal do Campeonato Mineiro Cadete de Handebol, que é realizado na cidade. Uma jogadora do Campestre, de 13 anos, foi vítima de insultos proferidos por outra jogadora do time de Poços de Caldas, de 19 anos, que assistia a partida na arquibancada.
De acordo com a mãe da vítima, de 41 anos, sempre que a filha pegava na bola, era chamada de "macaca e gorila" pela atleta rival. A mulher, então, questionou a agressora sobre a razão das ofensas e informou que iria chamar a polícia, ao que foi respondida com ironia pela jovem. Em seguida, a presença da Polícia Militar foi solicitada no ginásio poliesportivo, mas, quando os policiais chegaram, a agressora já havia deixado o local.
Os militares coletaram as informações junto aos presentes para registrar o boletim de ocorrência, e puderam qualificar a autora, mesmo sem sua presença, já que seus dados pessoais eram conhecidos e os fatos relatados foram confirmados pelas testemunhas. Agora, o registro do caso foi encaminhado à Polícia Civil para as devidas providências.
Em nota, a Federação Mineira de Handebol (FMH), que organiza a competição, repudiou o ato de racismo. "A Federação Mineira de Handebol (FMHvem a público manifestar seu mais profundo repúdio diante de um ato de racismo ocorrido durante partida válida pelo Campeonato Mineiro de Handebol Cadete Feminino 2025 - Zonal A. O episódio, que fere não apenas os valores do esporte, mas também os direitos fundamentais da dignidade humana, é inaceitável e será tratado com a máxima seriedade e rigor por esta entidade", divulgou a FMH na nota, informando que já iniciou a apuração dos fatos e colabora com todas as autoridades competentes para que as devidas providências legais e disciplinares sejam tomadas.
A prefeitura de Campestre também condenou o episódio. "Infelizmente, não se trata de um caso isolado. Uma atleta campestrense de 13 anos foi vítima de ofensas racistas, o que constitui grave violação aos direitos humanos e aos valores de respeito, igualdade e dignidade que defendemos", diz em nota, reforçando o repúdio a qualquer manifestação de racismo ou discriminação, independentemente de origem étnica, raça, cor, gênero, orientação sexual ou qualquer outra característica.
"Reafirmamos nosso compromisso com a promoção de ambientes seguros, inclusivos e respeitosos, especialmente nos espaços educacionais e esportivos, que devem ser locais de formação e integração", declara o município, reiterando apoio à vítima, sua família e a comunidade escolar.
A equipe de Poços de Caldas, representada pela Caldense, ganhou a disputa por 26 a 11. Os dois times se encontram mais uma vez neste sábado (21/6), dia em que termina a fase classificatória do campeonato.
Estado de minas