Pesquisa Consumo nos Lares aponta alimentos mais impactados por aumento de preços desde o início do ano
Prato típico no brasileiro, seja no almoço ou no jantar, a combinação arroz e feijão ficou mais barata em 2025, se comparada ao ano anterior. Dados da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) apontam uma queda considerável de preço dos dois itens no período de janeiro a agosto deste ano. De acordo com a pesquisa Consumo nos Lares, nesse período, o arroz acumula retração de 19,12%, enquanto que o feijão reduziu o preço em 5,45%.
Em um horizonte mais amplo, o arroz já retraiu 27,7% desde agosto de 2024, ao passo que o feijão recuou 14,7%. Nessa comparação, os dados foram disponibilizados pela NielsenIQ à associação supermercadista.
Por outro lado, outros alimentos ainda convivem com forte inflação nos últimos meses, a exemplo do café, que, apesar de recuar 2,17% em agosto, ainda acumula valorização de 38,39% desde janeiro e de mais de 60% desde setembro de 2024. Já o tomate sofre com um aumento de 35,37% em seu valor nos últimos 12 meses, apesar de uma queda expressiva de 13,39% na pesquisa mensal.
Segundo o levantamento da Abras publicado nesta quinta-feira (18/9), o consumo nos lares registrou alta de 2,08% em agosto, na comparação com o mês anterior. Além do crescimento da massa salarial, impulsionado por programas de transferências de renda e redução do desemprego, o avanço desse índice também é resultado da queda no preço de alimentos básicos.
A cesta com 35 produtos de largo consumo pesquisados pela associação supermercadista registrou queda de preço em 1,06% em agosto frente ao mês anterior, enquanto que outra cesta, com 12 alimentos básicos, recuou 1,05%.
Carnes ainda mais caras
Apesar de registrarem queda de preço nos últimos meses, as carnes ainda convivem com uma inflação acumulada em níveis elevados. Nos últimos 12 meses, todas as proteínas ainda acumulam altas expressivas: carne bovina — corte traseiro (+21,47%) e dianteiro (+29,15%); frango congelado (+9,90%); pernil (+16,07%) e ovos (+9,08%).
“Os preços das carnes vêm recuando nos últimos meses, mas permanecem em patamar elevado. É um reflexo da estiagem e dos incêndios que, no segundo semestre de 2024, comprometeram as pastagens e elevaram os custos de produção, cujos efeitos se estendem a 2025. Além disso, a valorização do dólar incentivou as exportações — tradicionalmente mais intensas no segundo semestre. Do lado da demanda interna, o aumento da renda também contribuiu para pressionar os preços”, analisa o vice-presidente da Abras, Marcio Milan.
Correio Braziliense